História

LOCALIZAÇÃO | CLIMA | TRADIÇÕES | FEIRAS | ASSOCIAÇÕES CULTURAIS | FREGUESIAS E RESPECTIVAS ALDEIAS DO CONCELHO DE BOTICAS | PERSONAGENS ILUSTRES

HISTÓRIA

Uma das mais interessantes e importantes histórias sobre Boticas está relacionada com o seu vinho. Quando os Franceses invadiram a região das vinhas, os locais enterraram o vinho que haviam produzido para evitar que fossem saqueados.A partir dessa altura, esta prática continuou a ser utilizada e passou a ser conhecida como o “vinho dos mortos”.
Em Boticas , as termas de Carvalhelhos são bastante conhecidas, mas a região tem muito mais para oferecer. O conselho é formado por 16 freguesias, e todas elas têm monumentos que vale a pena visitar. De todos os monumentos existentes sobressaem os castelos, que desde a idade do Metal podem ser visitados nas freguesias de Alturas do Barroso, Ardãos (four castles)Beça, Boticas, Codeçoso, Dornelas, Granja, Pinho, São Salvador de Viveiro, Sapiãos e Vilar.
É também possível apreciar a estrada romana de Ardãos e uma ponte medieval em Beça, ambos com grande interesse histórico.
Outros monumento de grande interesse é a estátua do Guerreiro Galaico ou Castrejo. Esculpida em monolito, representa a figura de um guerreiro e data segunda Idade do Metal, entre o séc. IV e V a.C.. Foi encontrada no castelo do Lesenho, em S.Salvador de Viveiro, que é considerado o castelo lusitano mais importante de Portugal. De acordo com os especialistas a estátua de Guerreiro Castrejo representa um deus e o carácter guerreiro das civilizações de Castrejo (pré-romanas). Existem quatro estátuas semelhantes em exibição no Museu Nacional de Arqueologia e Etnologia de Lisboa.
As casas, nobres ou rústicas, representam um elegante tipo de arquitectura e ainda conservam os seus telhados antigos (Cerdedo).
A região é também rica em Gastronomia Tradicional, em que sobressaiem os pratos típicos feitos com carne barrosã, proveniente do gado com o mesmo nome, que tem protecção da denominação de origem. A carbe de porco também merece uma atenção especial, porque, a seguir ao pão, é um dos alimentos mais importante de Trás-os-Montes.

 

O concelho de Boticas, com uma população residente de 6411 ( Sensos de 2001 ), é uma realidade e instituição recente. É  uma criação do liberalismo Português do Século XIX, bem como o  produto  das grandes reformas da Administração e da divisão territorial Portuguesa, desencadeada pela Segunda Revolução Liberal de 1832.
O concelho de Boticas foi legal e definitivamente constituído através do Decreto de 6 de Novembro de 1836, com freguesias desanexadas dos vizinhos concelhos de Chaves e Montalegre e extinção do concelho de Dornelas. Apesar da fundação do concelho de Boticas ser recente, não significa que os povos que o constituem datem de tão fresca data. Pelo contrário, as suas origens perdem-se na imensidão dos tempos. Desse facto nos falam designadamente os abundantes castros pré-históricos, bem como os variadissimos monumentos romanos existentes em toda área do concelho.  Naturalmente que sob tão clarividência de factos fica bem provado que quando em 1836 Boticas se emancipou, havia já muito tempo que tinha atingido a maioridade.

1.º – Domínio Português  – Barroso, como aglomerado político remonta ao tempo dos Afonsinos. D. Afonso II, o Bolonhês, tentou em 1273  aglutinar a população de Barroso, mas não o conseguiu. D. Afonso IV continuou a obra dos seus antecessores e, em 1331 concluiu os castelos e muralhas do castelo de Montalegre. D. Fernando doou estas terras a Rui Vasques Pereira em 1367, e mais tarde a Vasco Gonçalves Barroso. De mão em mão andou esta terra, até que D. João I fez o seu amigo D. Nuno Alvares Pereira, senhor das Terras de Barroso, e desde então tal senhorio nunca mais saiu dos Duques de Bragança, seus descendentes.

2.º Tempo dos Mouros – Do fluxo e refluxo dos bárbaros e sobretudo dos Mouros por estas terras durante a Idade Média falam abundantemente as tradições locais, que para se  referirem a tudo o que é antigo dizem ser do tempo dos mouros.  ( Ex. Côto dos Mouros, Penedo dos Mouros, Estrada dos Mouros, Cova da Moura, Moura Encantada, Mouril …)

3.º Tempo dos Romanos –  Para provar o domínio dos Romanos nesta região durante as remotas eras da História – Antiga, bastaria  mencionar a título de exemplo, as moedas dos Imperadores  Constantino -Ducas, encontradas em Covas de Barroso em 1880, e a de Adriano (117-138) achada em Pinho em 1900, Os Poços-das-Freitas ou  as minas de Carvalhelhos, onde os romanos exploraram largamente o ouro e o estanho, a Ponte Pedrinha, sobre o ria Beça ..

4.º Tempos Pré-Históricos –  Dos povos  pré-históricos, indígenas ou aborígenes, que aqui  viveram ou por aqui evoluíram, nos falam os numerosos ( 27 ) Castros, a saber:
1: Cornos das Alturas , 2: Mena ou Couto dos Mouros , 3: Castelo de S. Romão  (Alturas de Barroso),
4: Cunhas, 5: Gorda, 6: Malhó ou Amalhó , 7:Nossa Senhora das Neves (Ardãos), 8: Carvalhelhos , 9:  Torre (Beça), 10:Nogueira, 11: Brejo, 12: Calhau dos Corvos, 13 Cidadonha  (Bobadela), 14: Couto de Mouros, 15:Outeiro do Pardo (Boticas), 16: Poio ou Naia, 17: Secerigo  ( Codeçoso ),  18: Poio  ( Covas de Barroso), 19: Giestosa ou Souto da Lamas, 20: Lousas ou Ervas Ruivas ( Dornelas ),  21: Cabêço  (Granja)  22: Mouril (Pinho), 23: Sapelos, 24: Muro ou Cerca,  25: Ribeira (Sapiãos), 26: Castelo dos Mouros   (Vilar), 27: Lesenho (Viveiro). Pelo  estado de conservação e pela sua importância,  de entre os vinte e sete castros existentes, no concelho de Boticas,  destacam-se  dois,  o de Carvalhelhos e o de Lesenho, respectivamente. O primeiro, é uma das mais conhecidas estações castrejas do Noroeste Peninsular e está  situado  na freguesia de Beça, no cimo de um monte sobranceiro à estância termal de Carvalhelhos.  O segundo situado nas proximidades  da aldeia  de Campos, freguesia de S. Salvador de Viveiro que  é classificado como imóvel de interesse público e  considerado como o mais importante  santuário castrejo lusitano  existente.  Aí  foram encontradas quatro estátuas de  Guerreiros Calaicos ou castrejos,  que são actualmente  o expoente máximo da arqueologia Nacional e representam, segundo os melhores especialistas  nesta matéria, a imagem da divindade e o caracter guerreiro das civilizações castrejas que habitaram esta região. Actualmente, as estátuas,  encontram-se  em Lisboa sendo  o ex-libris, do Museu Nacional de Arqueologia e Etnologia. Refira-se a propósito que as autoridades e  população  de Boticas anseiam e reclamam o  regresso  destes guerreiros, às suas origens.
Por se considerar de interesse para a história do concelho de Boticas e também por se tratar de figuras ilustres, vamos elencar os nomes de todos aqueles que foram presidentes da Câmara Municipal de Boticas, bem como as datas de início dos respectivos mandatos. A instalação e 1.ª reunião da Câmara Municipal de Boticas teve lugar no dia 18 de Janeiro de 1837. Foi presidida pelo Dr. Ignácio José Gomes Calvão, que se tornou no 1.º presidente da Câmara, cargo que acumulava com os de juiz e notário. Sucederam-lhe no cargo de presidente da Câmara:
2 – Francisco Dias de Freitas – 10/1/1838
3 –José Narciso Alves Vieira – 9/6/1838
4 – Ignácio José Gomes Calvão – 1/1/1839
5 – Francisco de Paulla Dias Sanches – 1/1/1840
6 – Domingos Gonçalves – 2/1/1843
7 – António Afonso – 2/1/1845
8 – Domingos Gonçalves da Fonte – 21/9/1846
9 – Francisco Xavier Teixeira – 2/1/1850
10 – André Gonçalves da Costa – 2/1/1852
11 – Francisco Gonçalves Sanches – 25/03/1852
12 – Domingos Gonçalves da Fonte – 9/1/1854
13 – Francisco Bernardo Machado – 2/1/1856
14 – José António Gomes Pereira – 2/1/1858
15 – Domingos Gonçalves da Fonte – 2/1/1860
16 – António Annes – 2/2/1862
17 – Francisco José Monteiro – 2/5/1864
18 – José António Gomes Pereira – 30/10/1865
19 – Dr. João de Sousa Vilhena – 1/04/1868
20 – Francisco José Ferreira de Andrade – 2/1/1870
21 – António Annes – 5/1/1872
22 – José António Gomes Pereira – 2/1/1876
23 – António Anes – 2/1/1878
24 – José António Gomes Pereira – 24/8/1878
25 – Francisco José Monteiro – 2/1/1887
26 – Anselmo José Martins – 2/1/1893
27 – Padre Pedro José Maria de Freitas – 2/1/1899
28 – José Manoel Rodrigues –2/3/1903
29 – André Ferreira da Costa – 3/1/1906
30 – Padre José Maria Pereira Alves Sanches – 30/11/1908
31 – Dr. Joaquim Alves Carneiro – 10/10/1910
32 – Pedro António Vieira – 3/1/1914
33 – Francisco Venâncio de Medeiros Pereira – 2/1/1915
34 – Henrique Adelino Lopes Carneiro – 2/1/1918
35 – António Joaquim Pereira da Silva – 9/6/1919
36 – Dr. Armindo Arnaldo Martins – 2/1/1923
37 – Aníbal Augusto Monteiro – 24/7/1926
38 – Virgílio António de Miranda – 17/8/1929
39 – Dr. José Pinto de Freitas – 16/1/1932
40 – João Evangelista Gonçalves Dias – 15/3/1937
41 – Dr. António José Monteiro Dias de Oliveira – 2/1/1945
42 – Avelino Alves de Miranda Junior – 14/5/1948
43 – Avelino Alves de Miranda – 9/6/1948
44 – António Pastoria Mourão – 2/10/1950
45 – Eng.º Tec.º Agrário Albino dos Santos Oliveira – 9/2/1959
46 – Dr. Rogério Braúlio Martins – 22/02/1971
47 – Eng.º Tec.º Agrário João Manuel Vidigal Caldeira Pais – 12/2/1973
48 – Manuel Lourenço de Carvalho – 26/6/1974
49 – Prof. João Batista Fernandes – 4/11/1974
50 – Prof. Domingos Magalhães – 11/7/1975
51 – Dr. José Joaquim de Sousa Fernandes – 05/1/1977
52 – Eng.º Tec Agrário Fernando Pereira Campos 07/1/1994

(voltar ao topo)

LOCALIZAÇÃO

O concelho de Boticas está situado na parte noroeste de Portugal, província de Trás-os-Montes, Distrito de Vila Real. Os seus limites confinam com cinco concelhos. Do Norte com os de Montalegre e Chaves ; Do sul com o de Ribeira de Pena; A Nascente com o de Chaves e Vila Pouca de Aguiar e do Poente com o de Montalegre e Cabeceiras de Basto.
Actualmente o concelho de Boticas ocupa uma área de 312,41 Km2, estendendo-se desde o rio Tâmega à Serra das Alturas e das Serras de Melcas e dos Marcos às serras do Leiranco e Pastoria.
Integra-se no agrupamento de municípios de Alto Tâmega, fazendo também parte integrante da lendária Região de Barroso a qual é constituída, na sua generalidade, por uma massa compacta de terras altas, de topografia complicada, onde sobressai um aglomerado de picos e serras separadas por largas depressões de planaltos.

(voltar ao topo)

CLIMA

O clima, frio mas seco, está condicionado por numerosos factores, tais como a latitude, a altitude, a aproximação do mar e vegetação predominante. Desta forma a região é caracterizada por um inverno agreste e prolongado durante o qual ocorrem alguns nevões e geadas, atingindo temperaturas com vários graus negativos. A primavera é, em regra, bastante fresca, podendo estar sujeita a geadas. Em Maio tudo começa a florir. No verão as temperaturas poderão subir acima dos 35 ou 40 graus durante o dia. Contém duas zonas agrícolas bem diferentes: a mais baixa, formada pelas bacias interiores dos rios Terva e Beça e a margem direita do rio Tâmega que apesar de muito restrita constitui uma das zonas mais ricas do concelho, visto aí existir uma exuberante vegetação e variedade de culturas, desde a vinha aos pomares e cereais. Na zona mais alta do concelho, existem extensas áreas de prados naturais (lameiros) mas desconhece-se a oliveira e a videira, cultivando-se em larga escala, o centeio e a batata.

(voltar ao topo)

TRADIÇÕES

Boticas tem o encanto próprio das terras transmontanas, encanto de que naturalmente participam os seus habitantes, orgulhosos das suas origens e tradições.

Festa das papas:

Festa em honra de São Sebastião, que se realiza no lugar de Vila Grande, freguesia de Dornelas, no dia 20 de Janeiro de cada ano. A sua famosa mesa, designada por mesinha de São Sebastião é posta ao longo das ruas da aldeia, coberta de linho, que chega a ter mais de 500 metros de comprimento, para servir gratuitamente a todos os habitantes e forasteiros, um almoço composto de pão, arroz e carne de porco cozida. Diz a lenda que aquando da 2.ª invasão francesa, S. Sebastião fez um “ milagre” e evitou que os soldados de Napoleão os espoliassem porque passaram ao largo. O povo acredita que nos anos em que se fizer a festa em honra do S. Sebastião, não haverá nesta aldeia nem fome nem peste.

“Os mortos de Boticas”

Nome lúgubre! São contudo, deliciosos os vinhos que eles designam, pois de vinhos apenas se trata, vinhos que constituem uma autêntica especialidade regional.
O vale de Boticas produz um delicioso vinho verde amadurado, palhete, conhecido em quase todo o país pelo nome de “ Mortos de Boticas”. Trata-se de um vinho com características muito especiais e de qualidade única e precioso. Conta-se que por ocasião das invasões francesas ( 2ª – 1808) os moradores de Boticas tiveram necessidade de esconder todos os seus haveres, a fim de se protegerem das pilhagens dos invasores. O vinho não fugiu à regra. Foi engarrafado e de seguida enterrado. Mais tarde e após a partida dos invasores, o vinho foi desenterrado e para surpresa e gáudio das pessoas este adquiriu qualidades excepcionais, mais apurado e agradável ao paladar, antes desconhecidas. Tornou-se tradição enterrar o vinho e que perdura até aos nossos dias
Para efeitos comerciais, foi registada a sua patente pela antiga casa dos “ Mirandas”. As famílias dos Martins, Queirogas, Macedos, Lameiras, do Padre Bento e dr. Pinto de Freitas foram as que mais se salientaram, designadamente na selecção das castas , Alvarelho, Fernão Pires, Bastardo e Tinta Carvalha, as quais lhes conferem uma qualidade superior. Hoje este produto regional é já uma raridade.

São Cristóvão no Rio:

Por ocasião das festas de Boticas, é costume colocar a imagem do S. Cristóvão no rio, com o Menino Jesus num dos ombros, parecendo que vai transportà-lo assim, mais uma vez… mais uma vez cada ano, em dia da Senhora da Livração, padroeira de Boticas. Esta imagem gigantesca é colocada no espelho de água, do ribeiro de Fontão, também conhecido por Lago de S. Cristóvão, situado no centro da Vila de Boticas, com o intuito de fazer-se a revivescência da história de S. Cristóvão. Este homem gigantesco que ao bem se dedicara, passando aos ombros, de um para outro lado do rio, todos aqueles que de outra forma o não conseguiriam. Em Boticas, esta tradição remonta aos anos trinta do Século XIX.

Ponte Pedrinha no rio Beça:

Conta-se que quando os mouros andavam a construir a ponte, só trabalhavam de noite. De dia não o faziam com medo de que os matassem. Dessa maneira foram construindo a ponte, utilizando apenas pedras miúdas. Acontece que, quando estavam quase a terminá-la, tiveram que fugir. Faltava apenas uma pedrinha, mas nunca a conseguiram colocar. Daí o nome da ponte.

FEIRAS

Em Boticas nos dias 10 e 20 de cada mês.
Em Ardãos no dia 6 de cada mês
Feriado Municipal – 6 de Novembro ( Até 1937 o feriado municipal do concelho de Boticas era no dia 8 de Julho, correspondendo ao concelho de Chaves)

Principais Festas e Romarias:

Santo Amaro em Campos (Viveiro) – 15 de Janeiro
S. Sebastião em Vila Grande (Dornelas) – 20 de Janeiro
S. Sebastião em Alturas – 20 de Janeiro
Santo Amaro em Sapelos (Sapiãos) e em Campos (Viveiro) – Fevereiro
Santa Barbara em Eiró (Boticas) – último Domingo de Maio
Nossa Senhora da Saúde em Covas – 1.º Domingo de Junho
Corpo de Deus em Sapiãos – Dia do Corpo de Deus (Maio ou Junho)
Senhor do Monte em Pinho – Último Domingo de Julho
S. Salvador do Mundo em Viveiro – 2.º Domingo de Agosto
Nossa Senhora da Livração em Boticas – 3.º Domingo de Agosto
Santa Margarida em Atilhó (Alturas ) – Último Domingo de Agosto
Nossa Senhora da Assunção em Granja – No mês de Agosto
Nossa Senhora das Neves em Ardãos – No mês de Agosto

PRINCIPAIS RIQUEZAS DE BOTICAS

1 – A carne de vitela barrosã e o Mel são dois produtos de qualidade superior, aos quais mercê das suas particularidades e do rigoroso controlo na sua produção, foi atribuída a Denominação de Origem Protegida (DOP).
2 – A floresta que predomina desde longos séculos é o carvalho e o castanheiro. O pinheiro que começou a ser semeado em Boticas e na freguesia de Pinho a partir de 1890 depressa proliferou por todo o concelho podendo também considerar-se hoje, uma das maiores riquezas do concelho.
3 – A extracção e transformação de pedra , a produção de energias não poluentes (eólica e hídrica) constituem actualmente uma fonte de riqueza significativa.
4 – A existência de um número consideravelmente elevado de moinhos de água ( aproximadamente 250), associado ao facto de alguns deles terem características excepcionais justificam plenamente a sua reabilitação funcional, a qual já está em curso, com utilização de fundos europeus e se anseia venha a proporcionar significativas vantagens no desenvolvimento da vertente turística do concelho de Boticas.
5 – A gastronomia, à base de produtos provenientes do porco, tais como os enchidos e o presunto, as famosas trutas do rio Beça, o pão centeio e…. o vinho dos mortos, fazem as delícias dos mais exigentes apreciadores de boa comida.
6 – Águas Minerais – As águas de Carvalhelhos, nascem na povoação que lhe emprestou o nome, situada a 7 Km da Vila de Boticas. Conta-se que… há mais de cento e cinquenta anos, uma pobre ceifeira, cujo nome a tradição não conservou, chagada nas pernas, segava erva num lameiro de carvalhelhos, constantemente coberto de água que ali mesmo brotava, de duas nascentes.
Durante os dias que durou a ceifa, a mulher, que sempre tinha as pernas em contacto com a água, que também bebia, notou que as feridas se reduziam e fechavam, desaparecendo, totalmente.
Atribuía ela a cura à água, e divulgando-se a notícia, logo várias pessoas dos concelhos limítrofes acorreram a Carvalhelhos a experimentar aquela água nas mais variadas doenças, principalmente nas doenças de pele, em todas dando os melhores resultados . Todas se curaram, e por isso o povo passou a denominá-las “ Caldas Santas” de Carvalhelhos. A sua fama estendeu-se por toda a província transmontana e por isso, em cada ano havia para Carvalhelhos uma verdadeira romaria de doentes, independentemente dos que mandavam buscar a água. Em regra regressavam curados, dando-se com isso por satisfeitos.
A divulgação desta água foi feita e assegurado o seu futuro. Actualmente a empresa Águas de Carvalhelhos, dispõe da mais apurada tecnologia no que se refere à captação, engarrafamento e comercialização das suas águas.

(voltar ao topo)

ASSOCIAÇÕES CULTURAIS

Centro Cultural e Recreativo de Pinho.
Foi fundada em 25 de Janeiro de 1978, tornando-se desta forma na 1.ª Associação Cultural e recreativa, com personalidade jurídica e sem fins lucrativos do concelho de Boticas. Desenvolveu grande actividade no que se refere ao desporto, com destaque para as modalidades do futebol e ténis de mesa. Criou uma biblioteca e salientou-se na organização de festas, convívios na aldeia de Pinho. Na sua acção, o teatro teve particular importância nomeadamente nas representações anuais do Auto da Paixão, no parque do Santuário do Senhor do Monte.

Centro Cultural e Recreativo de Atilhó.
Foi fundada em 25 de Novembro de 1981, tendo como suporte o denominado Grupo de Animação Cultural de Atilhó constituído em 1979. A sua principal actividade traduz-se em representações teatrais de gosto popular, ao ar livre e o folclore.

Centro Cultural e Recreativo de Beça
Esta Associação foi fundada em 1981, para dar resposta ao entusiasmo e gosto pelo folclore de algumas pessoas de Beça.

Forum Boticas – Associação Recreativa e Cultural
Esta Associação foi legalmente constituída através de escritura Pública, realizada no Cartório Notarial de Boticas em de Julho de 1989, com o objectivo primordial de ser instalar no concelho de Boticas uma estação de rádio local, denominada Fórum Boticas cuja implantação e 1.ª emissão teve lugar no mês de Maio do ano seguinte. Esta associação é igualmente proprietária do Jornal quinzenário Ecos de Boticas, que se publica, com o apoio e orientação da Câmara municipal, nos dias 1 e 15 de cada mês.

Associação Recreativa e Cultural de Ardãos
Esta Associação foi legalmente constituída através de escritura Pública, realizada no Cartório Notarial de Chaves, no dia 8 de Fevereiro de 1982. Os seus objectivos são a promoção cultural, desportiva e recreativa dos seus associados. A sua sede funciona em edifício cedido pela Junta de Freguesia, cujas instalações compreendem bar, sala de jogos e sala de reuniões. Contíguo à própria sede existe um polidesportivo, apetrechado com sistema de iluminação, permitindo a prática desportiva à noite. Na prossecução dos seus objectivos estatutários, esta associação tem desenvolvido intensa actividade entre os seus associados e as colectividades vizinhas.

Associação Recreativa e Cultural de Bobadela
Esta Associação foi fundada em 12 de Maio de 1994, por escritura realizada no cartório Notarial de Boticas, cujos estatutos foram publicados no Diário da República no dia 8 de Junho de 1994. Tem por objectivos a promoção do desporto e da cultura entre os seus associados. Tem-se salientado na promoção e realização de jogos populares e tradicionais, bem como na organização de torneios de futebol, nos quais tem participado a sua equipa de futebol feminino.

Associação Serra do Leiranco de Sapiãos, fundada oficialmente, por escritura realizada em 7 de Junho de 1999, no cartório Notarial de Boticas. A primeira apresentação e actuação pública foi feita no largo da Igreja Paroquial da aldeia, num convívio multigeracional, onde pessoas de todas as idades juntaram as mãos e as vozes para cantarem diversas canções seculares que os seus antepassados lhes foram transmitindo de geração em geração. Desde então, muitas e brilhantes tem sido as suas actuações.
Os grandes impulsionadores desta Associação têm sido o Dr. Artur Monteiro do Couto e a Dr.ª Hortense Couto .

Folclore

Os Ranchos folclóricos são hoje uma grande oportunidade para a promoção e divulgação da riqueza etnográfica e das potencialidades culturais de qualquer região. A sua acção tem contribuído para a preservação do legado etnográfico dos nossos antepassados, dos usos e costumes, danças e cantares ancestrais do concelho e da região.
Existem no concelho de Boticas três ranchos folclóricos, todos eles ligados a Associações Culturais e Recreativas:

Rancho folclórico de Beça
Foi fundado em 1981. È constituído por 42 elementos. Os seus trajes são de verão ou inverno, de trabalho ou domingueiros, de linho ou burel. As meninas actuam calçadas com socas de verniz preto, sapatos e lenços ou xailes, na cabeça conforme a ocasião. Os rapazes com chapéu preto ou boina e calçados com socos, botas de trabalho ou sapatos de Domingo. Cantam e dançam modas que os seus avós cantavam nas segadas, malhadas, ou noutros trabalhos do campo.

Grupo de Danças e Cantares Regionais de Boticas
Foi fundado em 1 de Outubro de 1994, com a finalidade de dar voz aos cantares adormecidos no Barroso. Tem como finalidade a preservação e continuidade das raízes culturais do concelho. O grupo é composto por 65 elementos. Os trajes, baseados num trabalho de recolha e pesquisa, eram usados pelo povo de Barroso nos fins do século XIX. Entre outros destacam-se: o Domingueiro, o da Feira, o das Lides do Campo, o das Meninas Ricas que exibiam o linho e Burel, a Estopa de linho e o deslumbrante Traje dos Noivos. Este grupo está inscrito e reconhecido pela Federação nacional do Folclore Português.

Grupo de Animação Cultural de Atilhó
Iniciou as suas actividades no ano de 1979. Adquiriu personalidade jurídica quando se constituiu em Associação no dia 25 de Novembro de 1981. Os seus trajes são o resultado de muita curiosidade, estudo e pesquisas do seu grande dinamizador, o Sr. Alfredo Roxo Pinto. As actuações, deste grupo já se estenderam até à capital do nosso país.
Tocata de Boticas
Em Janeiro de 1994, um grupo de amigos organiza-se com o propósito de angariar fundo para o Grupo Desportivo de Boticas, e decide ir cantar os Reis. O sucesso foi evidente e, no mês de Outubro do mesmo ano nasce o grupo, Tocata de Boticas, associado à “ Fórum Boticas – Associação Recreativa e Cultural ”. Muitas actuações, se seguiram, no país e no estrangeiro. Ao primeiro trabalho discográfico foi dado o título – O barrosão.

Marcha de Boticas
Por se considerar de relevante importância no que se refere ao folclore e à animação de qualquer povo que se orgulha das suas tradições e origens vamos transcrever o Hino ou  Marcha de Boticas,  da autoria do Padre Minhava.

Aí ! Boticas linda vila transmontana..
Quem é que se não ufana de se chamar filho teu ?
Ai ! Boticas linda princesa da altura, irmã de neve mais pura e das estrelas do Céu !
Ai Boticas linda grinalda de flores das mais variadas cores,
Tua maravilha é tal:
Cada flor é um coração.
Ramo a nossa Região,
A árvore é Portugal.

Ai ! Boticas
Quem te deu esses encantos
Que são tantos, tantos, tantos
Cada qual o seu mais formoso ?
Ai ! Boticas,
Foi um anjo que desceu
E pôs um canto do Céu
Na região do Barroso.
Ai ! Boticas ,
O teu lema é trabalhar,
Fazes do campo um altar
E do trabalho oração.
Minha terra, Deus te ajude
E a alegria na virtude.
Seja a tua devoção.

Coro
Ó alegres raparigas, lindas cantigas vamos cantar !
Ó rapazes, neste dia, haja alegria sem acabar!
Ó corações alegrai-vos, voai ,saltai-vos e palpitai !
Haja alegria nas almas. Batei as palmas,
Cantai!
Cantai!
voltar ao topo

FREGUESIAS E RESPECTIVAS ALDEIAS DO CONCELHO DE BOTICAS

1 – Alturas de Barroso  –  32,68Km2
Atilhó , Vilarinho  Seco
2 – Ardãos  – 22,41 Km2
3 – Beça –  30,01 Km2
Carreira da Lebre, Carvalhelhos, Lavradas,  Minas de Beça, Pinhal Novo, Quintas, Seirrãos, Torneiros, Vilarinho da Mó
4 – Bobadela (14, 78 Km2)
Nogeira
5 – Boticas 13,78Km2.
Bairro da Noruega, Eiró e Sangunhedo
6 – Cerdedo  – 23,96Km2
Casas da Serra, Coimbró e Virtelo
7 – Codeçoso –  8,45Km2
Secerigo
8 – Covas de Barroso – 29,67Km2
Muro e Romainho.
9 – Curros – 12,08Km2
Antigo de Curros e Mosteirão
10 – Dornelas – 36,64 Km2
Antigo, Casal, Espertina, Gestosa, Lousas, Vila Grande e Vila Pequena
11-Fiães do Tâmega – 14,76Km2
Veral
12 – Granja  – 8,79Km2
13 – Pinho – 22,56Km2
Sobradelo e Valdegas
14 – S. Salvador de Viveiro – 8,83Km2
Bostofrio, Campos e Agrelos
15 – Sapiãos – 21,11 Km2
Sapelos
16 – Vilar – 11,90 Km2
Carvalho

Alturas (do Barroso)

Esta Aldeia é a que está a maior altitude ( 1150m) em Barroso e até talvez em todo o Norte de Portugal. Daí a sua designação Alturas de Barroso . Segundo os censos de 1991, tem 637 habitantes . Tem como santa padroeira St:ª Maria Madalena, muito embora anualmente se festeje Santana e no dia 20 de Janeiro o S. Sebastião. Assinala-se a riqueza interior da sua Igreja, a existência de um museu rural digno de visita. Perto da aldeia, há três célebres cotos. Os mais importantes, por serem os maiores constituem um conjunto que se assemelha à armação dos chifres ou cornos de um boi. O da Direita, é denominado Coto dos Corvos e, o da esquerda, o Coto do Sudro. Ambos são conhecidos por Cornos das Alturas. Estes lugares constituem um dos melhores miradouros do Barroso. No verão o seu clima é agradável. O inverno é deveras rigoroso.
Atilhó. Acerca deste topónimo, desconhece-se a sua origem, sabendo-se no entanto que em Março de 1758 aparecia escrito Tilhó. Esta aldeia situa-se numa das antigas estradas de Braga – Chaves.
Possuiu uma capela dedicada à sua padroeira – Santa Margarida, imóvel classificado de interesse concelhio pelo Dec. N.º 1/1986 de 31 de Janeiro.
Vilarinho Seco. Como qualquer localidade com este nome, provém de um pequeno vilar, ou de uma vila agrária. O termo seco é o determinativo desse lugar, onde se notaria a falta de àgua.. Actualmente pode considerar-se uma aldeia prospera. Nesse lugar existe uma casa típica, com serviço de Bar e restauração. Constitui a principal atracção dos turistas e visitantes, a casa de habitação, da família Medeiros, composta de passadiço, capela com sineta e relógio de sol. Neste lugar existe uma capela cujo orago é São Paio.

Ardãos

A origem da freguesia perde-se nos tempos. Sobre o topónimo também não existem certezas contudo, poderá admitir-se que este termo esteja associado ao vocábulo Arder, e que para expressar locais onde se queima ou arde muito, se terá encontrado um aumentativo em ão e seguidamente elevado ao plural assim: Ardãos = arde +ão + s. Esta possibilidade poderá ser sustentada no facto de nas proximidades de Ardãos terem existido importantíssimas explorações de ouro, na época romana, fazendo-se uso do carvão para fundir o ouro. Uma outra possibilidade seria a de que Ardãos deriva de Arda, do velho saxão – harda – grande, maior. Acresce que de inverno as ardas ( espécie de esquilo lanoso) frequentariam as pantanosas paragens do alto Terva, por isso chamavam a este sitio – ardãos – significando local onde existiam grandes ardas. Segundo os censos de 1991 tem 457 habitantes. Esta aldeia possui uma veiga verdejante, cercada de montes com vários Castros ( Malhó, Murada, Ribeira e Cunhas). Fica situada no extremo norte do concelho de Boticas, dispondo de bons acessos para a cidade de Chaves e para a sede de concelho. Na própria localidade além do forno do povo tem a Igreja paroquial, cujo padroeiro é Santo André, a capela de S. Roque, que actualmente serve de casa mortuária e o Nicho de Nossa Senhora de Fátima. A poucos quilómetros da aldeia, fica situado o santuário de N.ª Sr.ª das Neves onde se realiza uma das festas mais importantes da freguesia e da região. Esta freguesia representa um manancial de história capaz de atrair simples curiosos, estudiosos ou mesmo os melhores especialistas em história antiga.
Nesta freguesia existe o Agrupamento de Escuteiros 1196 de Ardãos, do Corpo Nacional de Escutas – Escutismo Católico Português, que vem demonstrando grande vitalidade. Foi fundado em 12 de Agosto de 2001. Para os cargos de Chefe de Agrupamento e de Chefe de Agrupamento Adjunto, foram nomeados Miguel Rodrigues Monteiro e José Maria Eira, respectivamente. Para assistente do Agrupamento foi nomeado pela competente autoridade eclesiástica o Reverendo Padre António Diogo Martins. Actualmente o agrupamento é composto por 38 elementos.

Beça

Esta freguesia toma o nome do rio que a atravessa, o rio Beça. O seu Santo padroeiro é S. Bartolomeu. D. Afonso III concedeu-lhe foral em 1206. Em área, é a 3.ª maior freguesia do concelho de Boticas, logo a seguir a Dornelas e Alturas. È composta por 10 aldeias e tem 1064 habitantes ( Censos de 1991).
Vilarinho da Mó, seria um pequeno vilar, onde possivelmente existia ou teria aparecido alguma mó. Esta pequenina aldeia está situada numa plataforma, ou degrau, na vertente leste da serra do Barroso, rodeada de campos de cultura e de velhos castanheiros centenários. Um dos pontos de atracção existentes neste lugar é o forno do povo, situado à entrada da aldeia. A casa do forno tem as paredes de granito com as pedras assentes umas sobre as outras sem interposição de qualquer argamassa
Carvalhelhos, é uma povoação típica do Barroso. O vocábulo Carvalhelhos poderá designar um lugar onde existiam muitos carvalhos pequenos. A localidade de Carvalhelhos é essencialmente conhecida pelas suas águas e pelo seu Castro. A capela existente tem por orago Santa Bárbara.
Quintas, está situada em local com bons acessos, onde passaria um dos ramais, a sul, da via romana que ligava as cidades de Braga e Chaves. A sua designação terá a ver com o facto de ter sido casal cerrado .
Seirrãos, uma outra localidade cujo nome está associado à existência de um Castelo mandado construir no reinado de D. João I, atribuindo-se a sua fundação a D. Afonso, l.º Duque de Bragança. A sua designação deriva de serrão . Terras seirrãos ou de rasa e serrão eram as que pagavam foro alternado, isto é ano sim ano não. Aqui existe uma pista TT (Todo Terreno), bem como, um excelente miradouro, do qual se domina não sé a veiga e a vila de Boticas, como o olhar se expraia até aos cumes das serras de Senábria , Alturas, Leiranco, e Bornes. Aqui existe uma capela com a imagem do S. Martinho, em honra do qual é costume fazer-se anualmente a sua festa.
Pinhal Novo, Minas de Beça, Carreira da Lebre são aldeamentos recentes. O primeiro como a sua própria designação indica. O segundo, surgiu em resultado da exploração mineira, do século passado. O 3.ª como a sua própria designação também indica é um lugar onde antigamente era frequente encontrar muita caça, particularmente, lebres. Este lugar surgiu em resultado da construção recente de várias estradas que aí se cruzam. Actualmente é um dos lugares de maior desenvolvimento comercial e industrial do concelho de Boticas.

Bobadela

Dista da sede de concelho de Boticas, cerca de 7 quilómetros. Está situada no sopé da serra do Leiranco. Tem 487 habitantes (Censos de 1991). O seu santo padroeiro é S. Miguel. A sua uma igreja, pelourinho e casa paroquial são monumentos com muita importância histórica. Considerando o ambiente arqueológico em que se encontra inserida esta povoação poderá concluir-se que a sua origem e existência se perde nos tempos. A existência de pelo menos três castros: o de Bobadela ou do Brejo, junto à casa Florestal, actualmente quase imperceptível, o Calhau dos Corvos, perto do regato das Lameiras da Serra e, o de Cidadonha de Bobadela, ainda com sinais de muralhas e fossos. O Poço das Freitas, actualmente local de atracção turística, está localizado nos limites desta freguesia, representando a maior obra realizada pelo homem no concelho de Boticas quando procurava o ouro nas minas e no aluvião. A sua escola básica data de 1840. O seu vale, rico e produtivo é regado pelas água do rio Terva que nasce nas freguesia de Ardãos e de Calvão, esta do concelho de Chaves.
Nogueira, é uma localidade da freguesia de Bobadela, situada a cerca de um quilómetro da sede de freguesia, na estrada que dá acesso à freguesia de Ardãos.

Boticas

É vila, sede de concelho desde 6 de Novembro de 1836 e freguesia desde 26 de Dezembro de 1953. Tem 1066 habitantes (Censos de 1991). Sangunhedo e Eiró, são duas povoações anteriores e que actualmente pertencem a esta freguesia. Boticas terá nascido pelos fins da Idade Média, na periferia daqueles dois povoados, junto à estrada que da ponte Pedrinha passava por Sapiãos para Chaves onde também existia um entroncamento de outras vias para muitos outros lugares e por isso algo importante. Aqui se terão instalado duas ou mais boticas que deram o nome ao local que posteriormente se desenvolveu. Mesmo a linguística confirma esta possibilidade com a fala popular “ fui às Boticas”, “vim das Boticas” e não “ fui a Boticas” ou “ vim de Boticas” . Assim o nome Boticas deriva da palavra apothéca que significava lugar onde se guardavam provisões correspondendo ao termo celeiro ou adega. No português medieval adquiriu o sentido de Casa pequena onde se encontra toda a variedade de objectos e daí a frase popular “haver de tudo como na botica”. Hoje é sinónimo de farmácia, loja ou estabelecimento onde se confeccionam e vendem medicamentos. A existência, até há poucos anos atrás, de uma importante loja ou botica, que confeccionava medicamentos para toda a região de Barroso, e a existência de pelo menos duas “estrumarias” (lugar onde se recolhiam e pernoitavam, almocreves e donos), reforçam esta possibilidade.
Sobre gastronomia, destaca-se o mel, a carne de vitela Barrosã, de porco fumada, seus derivados, e as boas trutas que os rios dão, acompanhadas dos “mortos de Boticas” que, como costuma dizer-se, dão vida a quem os bebe.
Em consequência do desenvolvimento e importância comercial e administrativa que a vila de Boticas foi adquirindo e ainda porque a igreja paroquial de Eiró ficava distante, foi ampliada e convertida em Igreja a capela do cemitério. Este templo foi dedicado à Virgem Nossa Senhora da Livração em 1880, cujas festas, em sua honra, agora também concelhias, se realizam anualmente no 3.º Domingo de Agosto.
Actualmente a vila de Boticas orgulha-se do seu crescimento e desenvolvimento ordenado. A existência de óptimas infra-estruturas, serviços públicos, sociais, desportivos e hoteleiros de excepcional qualidade fazem dela uma terra próspera e onde dá gosto viver. O lar de Idosos, Centro de Apoio a Deficientes, o museu rural, biblioteca, auditório, bombeiros, piscinas, escola fixa de trânsito, pavilhão desportivo e de multiusos, Casa São Cristóvão- Turismo Rural são exemplos, onde a eficácia e eficiência se associam à qualidade e ao bom gosto.
Nesta freguesia existe também o Agrupamento de Escuteiros 1148 de Boticas do Corpo Nacional de Escutas – Escutismo Católico Português, fundado em 30 de Junho de 1999, através da Ordem de Serviço Nacional n.º 482. Foram eleitos para os cargos de Chefe de Agrupamento – Arnaldo Dinis Machado e para o de Chefe de Agrupamento Adjunto, António Manuel Rodrigues Machado. Para assistente do Agrupamento foi nomeado pela competente autoridade eclesiástica Monsenhor Silvério Machado Ribeiro Guimarães. As promessas dos primeiros seis dirigentes e trinta escuteiros foram efectuadas no dia 17 de Outubro de 1989.Este agrupamento, com grande dinamismo, é composto por 66 elementos.
Bairro da Noruega
Um aglomerado populacional importante, com uma localização alta e privilegiada, em virtude da sua óptima exposição para nascente. As primeiras casas do bairro foram aí construídas com o apoio e solidariedade do povo norueguês, para dar acolhimento aos regressados das ex-colónias portuguesas, após a revolução de 25 de Abril de 1974. Hoje é um bairro moderno, com arruamentos bem estruturados.

Eiró

O lugar de Eiró está localizado nas fraldas da serra do Leiranco, beneficiando da sua exposição virada para Nascente e protegido do vente Norte. A sua toponímia ajusta-se perfeitamente, já que Eiró significa lugar airoso, arejado, alegre e bem exposto
Esta povoação foi sede da freguesia com a designação de São Salvador do Eiró até ao dia 26 de Dezembro de 1953 data em que na I.ª Série do Diário do Governo n.º 286, se publicou a transferência da freguesia de Eiró para Boticas. A sua Igreja que foi paroquial, foi construída nos princípios de século XVII, tendo como padroeira Santa Bárbara. Foi restaurada e ampliada em 1819.
Na casa que actualmente é residência paroquial e que se prevê venha a ser, a curto prazo, a residência para todos os padres que exerçam o seu ministério no concelho de Boticas. Aí existiu, no Século XIX, a primeira universidade Barrosã, (Seminário) dirigida pelo Reitor da ex-freguesia de Eiró, conhecido pelo nome de Padre-Mestre, o Reverendo Padre Venâncio, homem de invulgar e cintilante inteligência, erudito, humanista célebre e educador exímio. Seus alunos primaram em Braga nas Ciências, política e artes liberais. Mais tarde e também neste lugar de Eiró existiu um colégio, que o autor deste trabalho se orgulha ter frequentado, dirigido pelo Padre Cândido, até ao aparecimento da escola preparatória de Boticas.
Sangunhedo é também um dos lugares desta freguesia que tem vindo a recuperar a importância que outrora teve. O topónimo significa lugar onde existem muitos sangominhos ou sanguinhos (amieiro-negro). Neste lugar existe uma capela dedicada a Santo Aleixo, que data dos princípios do Século XVII, restaurada em 1758. Aí se encontra também localizado o museu rural de Boticas cuja criação pretende ser um equipamento de compreensão para todos aqueles que, especialistas ou não, queiram lançar um olhar sobre as transformações mais antigas e também mais recentes do homem e do seu habitat ao longo dos tempos. Pretende também ser factor de dinamização dos organismos e autoridades públicas, das associações culturais e de todos e cada um, numa conjugação de vontades que reforce o sentimento colectivo e a identidade de um povo que se quer orgulhoso do seu passado e que nele saiba e queira projectar o futuro.
O Dr. Luíz Figueiredo da Guerra, que nasceu em Viana do Castelo no dia 1 de Março de 1853, foi Juiz da Comarca de Boticas, desde 20 de Março de 1905 até 11 de Fevereiro de 1909. Este homem, não sendo natural de Boticas, revelou um gosto especial por esta terra e, dedicou-se ao estudo do concelho, especialmente no que respeita a arqueologia e história, filologia e paleografia de que hoje nos servimos, dada a sua importância. A ele se deve o conhecimento de quatro estátuas de Guerreiros Calaicos, símbolos da arqueologia nacional, encontradas no concelho de Boticas. Daí a sua justa referencia.
O Professor Dr. Joaquim Rodrigues dos Santos Júnior, que nasceu em Barcelos no dia 21/05/1901, deu um enorme contributo no campo cultural e monumental ao concelho de Boticas. A ele se deve o estudo restauro e limpeza do castro de Carvalhelhos e o levantamento da quase totalidade dos outros castros existentes no concelho de Boticas. Daí a sua justa referência.

Cerdedo

Esta freguesia, com apenas 276 habitantes ( Censos de 1991), está servida pela estrada nacional 311, que liga Boticas à vila de Salto. Fica situada no extremo nascente do concelho e a sudoeste da vila de Boticas. O seu orago é Santiago. Foi abadia da casa de Bragança. Em 1839, pertencia ao concelho de Montalegre e judicialmente à comarca de Chaves. Em 1852 passou a pertencer ao concelho de Boticas e judicialmente à comarca de Montalegre.
Segundo informação veiculada através das cartas paroquiais de 1758, nasceu e viveu neste lugar um famoso poeta popular conhecido por Pantoja , cuja obra infelizmente se perdeu no tempo. Além de Cerdedo, fazem parte desta freguesia as povoações de Covelo, Coimbró, Casas da Serra e Virtelo. Alguns destes aglomerados populacionais, designadamente Covelo e Casas da Serra encontram-se em vias de extinção, em resultado da desertificação humana que se faz sentir com particular intensidade nestas localidades mais inóspitas do concelho de Boticas, onde os invernos são muito rigorosos, o verão é demasiado curto e os campos pouco produtivos. No lugar de Covelo assinala-se a existência de uma capela dedicada a Santa Bárbara, actualmente fora de culto. No lugar de Virtelo foi recentemente reabilitada uma casa destinada à actividade de Turismo em Espaço Rural, cujo investimento poderá servir para contrariar a tendência natural para o abandono ou desertificação deste lugar.
Coimbró, é um lugar da freguesia de cerdedo, cuja toponímia se ajusta totalmente, considerando que significa combro pequeno, outeiro, ou lugar virado ao temporal e batido pela chuva do nordeste. Coimbró, antigamente Caimbró, beneficiou ultimamente com as obras de pavimentação das suas ruas, e com o seu novo acesso. Este facto, contribuiu para tirar do isolamento esta povoação ao qual esteve sujeita ao longo de muitos séculos. Esta povoação é a mais importante da freguesia logo depois de Cerdedo. A capela aí existente foi dedicada a Santo Amaro.

Codeçoso

A freguesia conta 194 habitantes (Censos de 1991) . O orago da igreja paroquial é S. Lourenço. Está situada a 7,5 Km da vila de Boticas. Recebeu foral de D. Afonso III em 25 de Maio de 1258. A sua antiguidade e importância histórica fica patenteada no ambiente arqueológico através da existência de dois importantes castros, o do Poio ou Naia e, o de Secerigo. Nesta povoação existe uma casa destinada à actividade de Turismo em Espaço Rural, a Casa do Janela e uma outra com enormes potencialidades para o mesmo fim, a casa dos Mourões. É uma das aldeias mais típicas do concelho de Boticas, pelo que poderá beneficiar, se o homem souber e quiser, com o sector do turismo alternativo e de cariz rural, que começa a despertar na nossa região e no país. Neste lugar nasceu e vive José Gomes Ferreira Veiga, poeta popular e pastor.
Secerigo é uma povoação que dista cerca de 2 Km da sua sede de freguesia. O seu nome está intimamente ligado ao castro que adotou o seu nome. Secerigo poderá significar (sessega, seriga, assento) lugar onde pode estar a casa, moinho, árvore. Acresce ainda que as águas sesserigas eram aquelas que faziam mover as mós dos moinhos e que nas margens do rio Beça, que corre nos limites deste lugar, existe um conjunto significativo de moinhos, alguns deles ainda em actividade, que urge proteger, e dinamizar, numa perspectiva de aproveitamento turístico e com benefício óbvio para as próprias populações. Este lugar tem uma pequena capela, muito antiga, dedicada a S. Frutuoso. O dia para realização anual da sua festa é 16 de Abril.

Covas (de Barroso)

Como a sua própria toponímia refere esta aldeia, está situada no fundo (cova) das abas da serra do Barroso. Dista 15 Km da sede de concelho. Actualmente dispõe de dois bons acessos, ambos servidos a partir da estrada nacional n.º 311, que liga Boticas à vila de Salto. O orago desta freguesia é Santa Maria. Tem 473 habitantes ( censos de 1991). A origem desta povoação perde-se no tempo. A existência nas suas proximidades de um conjunto significativo de castros atestam a sua importância e antiguidade histórica, designadamente o de Lesenho e Muro. Esta povoação dispõe de muita água e de terrenos com óptima aptidão agrícola, justificando o aforismo popular “Covas e Pinho, Vila da Ponte sem vinho, lugar por lugar Capeludos de Aguiar”. No rio covas foi também construída uma mini-hídrica destinada à produção de electricidade. Nesta freguesia existiram duas povoações, a de Cabanelas e de S. Martinho que se extinguiram por motivo da peste nos anos de 1560. Esta freguesia é uma das maiores e mais importantes do concelho de Boticas. Segundo os censos de 1991, tem 473 habitantes (os sensos de 1930, que incluíam a actual freguesia de viveiro referem 1402 habitantes). Esta freguesia foi abadia da apresentação da Casa de Bragança. Tem vários monumentos designadamente, o forno do povo, capela dedicada a Santo António e o pelourinho, situados no centro da povoação, bem como a igreja e a residência paroquial, estes de maior importância. O pelourinho foi, pelo Decreto n.º 47984 de 6 de Outubro de 1967, declarado imóvel de interesse público. A igreja Românica, foi igualmente declarado imóvel de interesse público pelo Decreto n.º 47508 de 24 de Janeiro de 1967. Esta igreja, juntamente com a casa paroquial, formam um conjunto arquitectónico dos mais valiosos e belos de Barroso. Os seus cachorros exteriores, as duas capelas e os seus dois altares laterais, os frescos no interior, a elegância da sua capela-mor, toda feita em pedra com uma cúpula sustentada por duas nervuras cruzadas no zénite da abóbada fazem desta igreja um monumento singular. Nesta igreja, foi sepultado em 1459, D. Afonso Anes Barroso, escudeiro do primeiro Duque de Bragança. O seu artístico sarcófago em pedra, assente em dois leões, tem uma tampa que representa um monge deitado, tendo sob a cabeça um artístico travesseiro e aos pés um pequeno animal. Está encaixado , sob um pequeno arco cavado na parede do lado da epistola. A residência paroquial de Covas é composta por grandes corredores, amplas janelas e portas, salões, lavatório de pedra, depósito de água à entrada, muros altos, arcaria na cozinha e adegas.
Muro é uma das três aldeias desta freguesia. Considerando o seu topónimo e que muro e castro são sinónimos, a origem da povoação de Muro, estará certamente ligada à proto-história.
Romainho, (diminutivo de Roma ) é um aglomerado populacional que atesta a permanência visigoda na região. O bairro de Romainho nada mais é do que o Bairro dos Romaninhos, os autóctones acantonados num bairro, à parte, enquanto os germânicos viviam, sem se misturar, ao lado, no outro bairro. No lugar de Romainho destaca-se a existência de uma capela ou ermida dedicada a Nossa Senhora do Desterro bem como, a existência de um canastro particular, inteiramente construído em granito e que urge preservar.

Curros

Esta freguesia, é das mais pequenas do concelho de Boticas. No sensos de 1991, contava apenas com 113 habitantes. È composta pelas aldeias de Curros, Antigo de Curros e Mosteirão. Dista da sede de concelho cerca de 9 Km. A sua igreja tem como padroeira Nossa Senhora das Neves. Está afastada do núcleo habitacional e situa-se na encosta de um monte voltado para nascente, a partir do qual se pode obter uma vista panorâmica de extraordinária beleza. As suas riquezas são a caça, as pastagens e a cultura de centeio, Batatas e algum milho.
No lugar de Antigo, cuja designação traduz a sua remota existência há uma pequena capela dedicada a S. Brás. O Lugar de Mosteirão, antigamente designado Mosteiro, é uma povoação que também pertence à freguesia de Curros, cujo clima é dos mais amenos de toda a região. Aí podemos encontrar uma grande variedade de árvores de fruta mediterrânea, incluindo laranjeiras e muita vinha. O rio Terva e Tâmega que passam nos limites do seu termo constituíram desde sempre um factor importante de riqueza para esta povoação. Aí floresceram algumas famílias influentes no concelho de Boticas, destacando-se o Sr. Domingos Gonçalves da Fonte, que chegou a ocupar no município cargos relevantes, designadamente três mandatos como Presidente da Câmara nos anos de 1846,1854 e1860. Em Mosteirão existe uma capela dedicada a Nossa Senhora dos Prazeres. A sua festa anual é em honra de Santa Bárbara, cuja imagem também tem lugar de destaque na respectiva capela.

Dornelas

O orago desta freguesia é S. Pedro. Fica situada no extremo ocidental do concelho . É constituída por sete povoações. Tem 584 pessoas ( censos de 1991). Anteriormente foi sede de concelho, extinguindo-se após a constituição do actual concelho de Boticas. A sua anterior designação era Couto de Dornelas. Foi constituído Couto do arcebispado de Braga, por D. Afonso Henriques, 1.º rei de Portugal, ao qual foram concedidos privilégios especiais. Segundo os relatos e factos transcritos nas memórias paroquiais de 1758, D. Henrique, o pai de D. Afonso Henriques, aquando das suas lutas contra os Sarracenos, encontrou nesta terra, então designada cidade Genestosa, tanta e invulgar resistência, que prometeu dar esta terra à virgem Santíssima Nossa Senhora Santa Maria do Hospital se conseguisse expulsá-los. Os seus intentos foram alcançados e mais tarde, em resultado desse facto, D. Afonso Henriques foi chamado pelo seu pai, à cidade de Astorga e incumbido de dar cumprimento à sua promessa. Mais tarde, com a presença de D. Plazio, Arcebispo de Braga e do próprio D. Afonso Henriques, foi contituido este Couto. O seu topónimo “Dornelas” significa dorna pequena que representava a medida de mel ou cera que a freguesia anualmente entregava à Sé de Braga como contributo. À porta da igreja paroquial, situada no lugar de Vila Grande encontra-se um exemplar dessas dornas. A julgar pela existência de importantes vestígios castrejos e ainda da antiga cidade de Gestenosa (Giestosa) fica provado que esta zona foi muito povoada, pelo menos desde os tempos pro-históricos.
No lugar de Vila Grande, está localizada a sede da Junta de freguesia, cemitério, Igreja Paroquial e o pelourinho considerado imóvel de interesse público pelo Decreto 23122 de 11 de Outubro de 1933. Neste lugar realiza-se uma das mais características e tradicionais festas populares e comunitárias, vulgarmente designada por festa das “papas”. Segundo a lenda, aquando da 2.ª invasão francesa, S. Sebastião fez um “milagre” evitando que os soldados de Napoleão entrassem na sua terra e os expoliassem dos seus haveres. Pela obtenção deste “favor” e em jeito de agradecimento, um conjunto de famílias desta povoação, mantém a tradição secular, que consiste em oferecer uma refeição composta de pão, arroz e carne de porco, que depois de benzida é servida gratuitamente a todos os moradores e forasteiros, no dia 20 de Janeiro de cada ano. O trabalho e despesa com a realização desta festa tem aumentado na proporção do crescimento anual e gradual de visitantes.
Nesta freguesia existem cinco capelas. No lugar de Antigo dedicada a São Caetano. No lugar de Vila Pequena a padroeira é Nossa Senhora das Neves. No lugar de Giestosa o seu orago é de Nossa Senhora do Bom Despacho e São Bento. No lugar de Lousas o seu padroeiro é São Marcos. Existe uma outra capela dedicada a Santo Antão, situada no monte de Terreiro, junto à actual estrada Nacional 311, que liga Boticas à vila de Salto. Referem as memórias paroquiais de 1758, a respeito desta capela, como sendo muito antiga e que havia tradição ter sido igreja matriz ainda no tempo dos mouros. Aí se refere também que antes das obras de remodelação, esta tinha adro em redor tapado, forma de corpo de igreja e capela mor mas tudo em ponto pequenino. Por ocasião das festas, em honra de Santo Antão, protector dos animais, realiza-se no próprio local, um leilão das ofertas, habitualmente muito concorrido e disputado, pelos amantes da boa carne de porco, fumada, particularmente pés e orelheiras.
Antigo, Espertina, Lousas, Casal (antigamente designada Casal de Guimbroa), Vila Pequena e Giestosa são as restantes aldeias que juntamente com a de Vila Grande constituem a freguesia do Couto, a maior em extensão do concelho de Boticas e das maiores em número de habitantes. Actualmente existe nesta freguesia um centro social para apoio aos mais idosos. Os seus solos são bastante produtivos.
O topónimo Giestosa traduz a existência de giestas. É um dos lugares mais típicos e menos adulterados do concelho de Boticas e do país, onde a história, antiguidade e ruralidade se misturam e conservam quase intactos, merecendo este facto, atenção especial, numa perspectiva de conservação, valorização e aproveitamento daquele lindo recanto, para fins turísticos ou outros.

Fiães do Tâmega

É a freguesia situada mais a sul do concelho de Boticas, estendendo-se em grande espaço ao longo do rio Tâmega, que lhe empresta o determinativo, para a distinguir de outra localidades com o mesmo nome. A sua primeira designação conhecida era Fiais. Dista da sede de concelho cerca de 10 Km. Pertenceu à freguesia de Curros até 1834 data em que se elevou à categoria de freguesia. Em 13 de Janeiro de 1898 deixou de pertenceu ao concelho de Ribeira de Pena e passou definitivamente para o de Boticas. Tem 201 pessoas (censos de 1991). No centro da povoação existe uma capela, dedicada a Santa Susana, que foi convertida em igreja paroquial. Esta freguesia é uma das mais pequenas do concelho de Boticas. O seu clima é dos mais suaves da região de Barroso. Aí se produz milho e feijão em abundância. Há uma variedade significativa de árvores de fruta, designadamente, citrinos e oliveiras. O seu vinho é essencialmente morangueiro. A aguardente de medronho é das poucas especialidades que aí se produzem e se comercializam. A esta freguesia está anexa uma outra localidade – Veral, cujas características em tudo são semelhantes às da sede de freguesia, onde o acentuado declive dos terrenos de cultivo inviabiliza qualquer tipo de mecanização e rentabilidade. Neste lugar existe uma capela dedicada a S. Martinho, com direito a festa anual.

Granja

É uma das mais pequenas freguesias do concelho de Boticas. Tem 341 pessoas (censos de 1991). O seu topónimo é elucidativo. Nas memórias paroquias já se refere que o Orago da Granja das Boticas de Barroso é Santa Maria . Esta freguesia composta ainda pelo lugar de Ventuzelos que lhe é anexo, fica situada, imediatamente a seguir ao terminus da vila de Boticas, nas margens de estrada que vai para Sapiãos e Chaves. No centro de Granja existiu um convento com capela anexa dedicada a Santa Barbara, onde funcionou desde 1898 até 1908, um colégio para meninas, a cargo das Irmãs Doroteias vindas de Beça. Infelizmente este emblemático monumento, encontra-se hoje em mau estado de conservação. A sua riqueza arquitectónica e a sua importância histórica para a freguesia e para o concelho justificam a sua urgente recuperação. Esta paróquia , como o seu próprio nome o refere era uma” Granja” que estava delimitada por marcos ou padrões com a inscrição de um B por pertencer ao convento de Cister de Bouro. Neste lugar existe água em abundância e os seus campos são planos e produtivos. Por virtude desta freguesia ter situação contígua à sede de concelho, tem beneficiado e acompanhado o grande dinamismo, progresso e desenvolvimento da própria vila de Boticas.

Pinho

Dista da sede de concelho cerca de 6 Km. Tem 600 habitantes ( Censos de 1991). Santa Marta é a sua padroeira, contudo a festa que anualmente se realiza é também em honra de Santa Bárbara. Esta povoação situa-se no alto, quase no cume da elevação que tem as vertentes para as ribeiras dos rios Terva e Tâmega. Os montes são sem dúvida, o elemento mais destacado da natureza que muito sensibilizou o homem primitivo, e eles são, na toponomástica, os estratos linguísticos mais antigos, de parceria com os rios. Assim, o vocábulo Pinho encontra a sua origem no radical celta “Pinn” com o significado de “ rocha, cerro, alto ” ( Ex. pináculo). Assim se conclui que o topónimo Pinho nada tem a ver com o “ verde piño “ que hoje emoldura toda a freguesia, porque na nossa região o pinheiro é árvore tardia (1890) e as grandes florestas medievais são de carvalhos e castanheiros.
Segundo os textos das inquirições de 1258, do reinado de D. Afonso III, Pinho sempre esteve integrado na região de Barroso, pertencendo mesmo à primitiva Galécia. Em Pinho foram encontradas moedas romanas designadamente, uma em ouro, do imperador Constantino Ducas, um áureo de Trajano, cunhado entre os anos 112 a 117 d.C. e uma outra em Bronze. Aí existem várias sepulturas antropormóficas bem como um castro designado Mouril . Como se vê, é nobre a história desta terra e continua, orgulhosamente, através da idade Média e Idade Moderna. Actualmente, Pinho é uma aldeia moderna e progressiva. O seu clima é dos mais suaves da região e os seus campos dos mais produtivos. A vinha, oliveira e muitas outras árvores de fruta mediterrânea, embelezam os seus campos. Esta aldeia foi das primeiras do concelho de Boticas a ter luz eléctrica (1957) e água canalizada ao domicílio. É servida por três acessos, calcetados a paralelo a partir da Estrada Nacional 311 que liga Boticas e Vidago. Em suma, esta freguesia orgulha-se da sua história e ufana-se de ser eleita entra as principais localidades do lendário Barroso, confirmado pelo aforismo popular: “ Covas e Pinho e Vila da Ponte sem vinho…”
Nesta freguesia existe o maior santuário do Distrito de Vila Real, o do Senhor do Monte, onde no último Domingo de Julho de cada ano, se realiza a maior romaria do concelho de Boticas. O santuário do Senhor do Monte ou do Bom Jesus do Monte como alternadamente é designado, teve a sua origem em 1817 quando Domingos Pereira construiu um cruzeiro, no sítio dos Seixos da Pena, perto do caminho dos almocreves que faziam a permuta e transporte dos produtos de Barroso para a Ribeira de Oura e vice –versa. O pequeno cruzeiro, com peto de esmolas desde 1817, sob a invocação de Senhor dos Aflitos, agitou favoravelmente a devoção dos cristãos e desenvolveu-se tão rapidamente que, em 1821 o pároco de Pinho, Gervázio Pires de Carvalho, principia a construção de uma capela onde no último Domingo de Julho de 1822 já se realizou a festa ao Bom Jesus do Monte – Senhor dos Aflitos, agregada à festa de S. Tiago. Esta grandiosa obra foi continuada pelo Padre Bento Lourenço Pereira de Carvalho que soube administrar o dinheiro das esmolas e associar a admirável colaboração dos lavradores da freguesia ao saber dos dois mestres pedreiros ou canteiros, António Dorge e José Sena. As obras prolongaram-se no tempo, concluindo-se a segunda torre do santuário, apenas em 1962, com a arte e o saber do mestre canteiro de Vidago, Joaquim Ferreira Campino, conhecido por Pimenta.
Sobradelo povoação ribeirinha do rio Tâmega, é a mais pequena das três povoações de que é composta a freguesia de Pinho. O seu topónimo terá derivação latina de “ super-pratellum” significando lugar superior a um pequeno prado, junto ao Tâmega. Por ali passava a “estrada dos almocreves”, uma rota medieval para comércio e trânsito entre a Ribeira de Oura e Barroso, cuja travessia do rio se fazia por meio de barcas. Recentemente foi construída uma ponte que liga Sobradelo a Capeludos, do concelho de Vila Pouca de Aguiar. A existência de vários moinhos, a sua localização e particularidades têm despertado a curiosidade e o interesse de pessoas estranhas à povoação, que se tem traduzido na aquisição de propriedades nesse local. O Orago de Sobradelo é Santo André.
Valdegas fica situada para Nascente, sendo um dos lugares anexos à freguesia de Pinho. Nesta Aldeia existem duas capelas, uma pública, dedicada ao Divino Espírito Santo e outra privada dedicada a Santa Bárbara, constituída por um riquíssimo frontispício, com brasão da família dos Carneiros e Queirogas, mandado executar em 1746 por Veríssimo Queiroga, ascendentes dos Mirandas Ataídes da Casa do Cerrado de Montalegre. Guiados pela toponímia, vamos buscar Valdegas e entrar no domínio dos Barrosos. Valdegas (Val de Egas) terá origem no seu donatário D. Egas Gomes Barroso que “ teve o seu solar na torre de Sapiãos” ou no avô deste que também se Chamava D. Egas de Sousa, que era amigo inseparável do nosso primeiro rei.

São Salvador de Viveiro

Esta freguesia foi fundada em 28 de Janeiro de 1967 (Decreto-Lei n.º 47516), por desanexação da freguesia de Covas de Barroso. Tem 481 habitantes (Censos de 1991). A povoação de São Salvador de Viveiro, sede de freguesia, fica situada nas proximidades da estrada 311 que liga Boticas a Salto, dista da sede de concelho cerca de 10 Km. A sua toponímia é simplesmente expressiva e condizente. Neste lugar e no primeiro Domingo de Agosto (antigamente no dia 6) realiza-se uma das mais antigas e tradicionais romarias do concelho de Boticas, na qual e por tradição multissecular, é solicitada a protecção e cura dos animais, mormente dos bovinos de raça barrosã, sobretudo ao S. Salvador do Mundo, que tem nesta região a capela em viveiro. No dia da festa, as gentes das aldeias próximas e até distantes levam aí o gado bovino a cumprir a promessa, fazendo-o dar as nove voltas em torno da capela, carregando por vezes sacos de cereal, centeio ou milho, amarrados à cabeça. Os animais são benzidos pelo padre e permanecem, às centenas, espalhados no espaço próximo até ao final das cerimónias. A diminuição drástica da população e do número de animais, associada ao desenvolvimento social e cultural deste povo e desta região têm contribuído para a crescente e gradual desvalorização desta tradicional romaria. O povoamento desta aldeia reporta-se à Alta Idade Média. Aqui há sepulturas antropomórficas que poderão ver-se na parede e no adro da capela de São Salvador do Mundo.
No lugar de Campos, situa-se o mais importante santuário castrejo lusitano, o de Lesenho, onde foi encontrada a estátua do Guerreiro Calaico. Neste lugar existe uma capela dedicada a Santo Amaro.
Bostofrio é também uma aldeia anexa à freguesia de S. Salvador de Viveiro. A sua capela tem como padroeiro São Marçal. O seu topónimo, é formado pela aglutinação de Busto+frio. Busto, bustêllo significam bosque ou mata cerrada, bouça de mato para pastos, pastos para gado que aliás traduz expressivamente a realidade daquela aldeia.
Esta freguesia tem ainda anexada a pequena aldeia de Agrelos, no centro da qual existe uma ermida dedicada a São Mamede.

Sapiãos

Fica situada junto à estrada nacional 103 que liga Chaves a Braga. Dista da sede do concelho de Boticas cerca de 4 Km. Segundo os sensos de 1991 tem 658 habitantes. O topónimo Sapiãos provém da palavra “sápio”, espécie de arbusto raquítico, ao qual foi junto o sufixo aumentativo plural “ãos”. A sua história é de riqueza impar. A sua localização privilegiada, a abundância de água , a existência de muitos moinhos, a sua riqueza agrícola e os seus monumentos proto-históricos, romanos e medievais identificados, conferem-lhe uma especial importância, da qual os seus habitantes muito justamente se orgulham. Sapiãos recebeu foral de D. Afonso III em 1251. Foi comenda da Ordem de Cristo. Por ali passava uma importante via romana. No cemitério local, está implantada uma igreja românica, do século XIII ou XIV. Dentro da povoação existe a igreja paroquial cujo padroeiro é S. Pedro e ainda a Capela de Santa Bárbara. Segundo o investigador e historiador Dr. Artur Couto, as origens dos Barrosos de Portugal radicam em Sapiãos.
Sapelos, é uma aldeia anexa à freguesia de Sapiãos, localizada nas proximidades da estrada Nacional 103, que liga Chaves a Braga. Dista da sede de freguesia cerca de 2 Km e da sede de concelho 6 Km. A origem do seu topónimo, encontra o mesmo radical do vocábulo sapiãos, ao qual se juntou o adulterado sufixo diminutivo no plural “elos”. Sapelos, situa-se no centro das terras do “ vale do ouro” – cidade de Batocas de Ardãos e Poço das Freitas de Bobadela. A capela local é dedicada a Santo Amaro, cujas festas se realizam habitualmente no dia 15 de Janeiro, ou no Domingo seguinte a este dia, fazendo-se arrematações de carnes de porco e fumeiro e constituindo-se numa atracção importante para as populações vizinhas. Existe ainda nesta povoação uma outra capela, situada junto à estrada nacional, dedicada a N.ª Sr.ª dos Milagres, cuja festividade se realiza no primeiro Domingo de Setembro.

Vilar

Esta freguesia, anteriormente chamada Vilar de Porro, está localizada no centro do concelho de Boticas, de cuja sede dista cerca de 8 Km. Situa-se na margem direita do rio Beça e, nas proximidades da Estrada Nacional 311, que liga Boticas à Vila de Salto. Tem 299 habitantes (Censos de 1991). Junto à capela de Nossa Senhora da Guia e em sua honra, realiza-se anualmente uma festa importante. Esta capela dista da povoação de Vilar, cerca de 2 Km, situando-se nas proximidades do parque de lazer da Relva. O orago desta freguesia é Nossa Senhora da Assunção e a sua igreja situa-se no centro da povoação. A instituição paroquial é do século XV, tendo sido um curato da apresentação “adnutum” do abade do convento de Refojos de Basto (Cabeceiras). D. Afonso III concedeu foral a um casal. Encontra-se em local bastante plano e muito fértil e abrigado do vento Norte. Aqui se produz batata, milho, cereais e muita castanha
Como valorização e ponto de atracção turística, existe nesta aldeia uma importante casa típica que foi reabilitada e destinada à actividade de Turismo em espaço Rural – Casa da Eira Longa. O castro existente, que adoptou a denominação da própria freguesia, insere-se no conjunto de outros existentes nas proximidades atestando a sua antiguidade, importância histórica e a existência nestas paragens de verdadeiros formigueiros humanos.
A outra aldeia anexa denomina-se Carvalho e dista da sua sede de freguesia cerca de 2 Km. Os seus acessos fazem-se a partir das estradas municipais que servem de Viveiro e Lavradas. No que se refere à sua toponímia, ela continua, passados muitos séculos a ajustar-se à realidade actual. Aqui os carvalhos abundam e proliferam.

(voltar ao topo)

PERSONAGENS ILUSTRES

Agostinho, Porfírio Maio – Volume I, página  23
Baptista, Daniel Macedo – Volume II, página 46
Barros,  Monsenhor José Afonso Serafim Oliveira – Volume I, página 73
Barros, José Carlos – Volume I, página 74
Barros, José Carlos – Volume II, página  54
Barroso, Afonso Anes – Volume I, página  75
Batista, Daniel Macedo – Volume II, página 46
Bobadela, Condes de – Volume I, página  82
Botelho, João Correia – Volume I, página  88
Carvalho, Artur de Oliveira – Volume I, página 136
Carvalho, Artur Oliveira – Volume II, página 85
Chaves, João – Volume I, página 101
Couto,, Artur Monteiro do – Volume I, página 184
Dias, Joaquim Fernando – Volume I, página 198
Dias, José Rua – Volume I, página 198
Dias, Mário Rua – Volume I, página 199
Domingues, Sérgio Manuel Martins – Volume II, página 122
Fernandes, Augusto – Volume II, página 129
Ferreira, António Rodrigues – Volume II, página 137
Gomes, Augusto – Volume I, página 261
Gomes, Augusto Almeida – Volume II, página 162
Gonçalves, André –  Volume I, página 263
Justo, Cristiana Isabel Teixeira – Volume I, página 190
Lages, Gualdina Rebelo Silva – Volume II, página 192
Lameiras, Dr. José Pedro Vieira – Volume III
Lusitânia ,Saving Bank – Volume I, página 316
Magalhães, Amadeu – Volume II, página 208
Martins, Maria Benta – Volume I, página 350
Matos, Domingos Ferreira de – Volume II, página 217
Miranda Júnior, Avelino Alves de – Volume I, página 377
Miranda, Avelino Alves de – Volume I, página  377
Miranda, Virgílio António – Volume I, página  380
Monteiro, Joaquim Gomes  – Volume I, página 386
Moura, Arnaldo Alves – Volume II, página 244
Moura, José Anselmo dos Reis – Volume II, página 243
Pereira, Bento António Medeiros – Volume I, página 458
Silva, Amadeu Monteiro da – Volume I, página 577
Silva, Aníbal Ferreira da – Volume I, página 578
Silva, António Alves da – Volume II, página 349
Silva, António Pereira da – Volume II, página 350
Teixeira, Augusto Xavier – Volume I, página 600
Teixeira, Augusto Xavier – Volume II, página 363
Veiga, José Gomes Ferreira  – Volume II, página 37
Vilhena, Dr. João de Sousa – Volume I, página  649

In dicionário dos mais ilustres Transmontanos e Alto Durienses de Barroso da Fonte
Lameiras, Dr. José Pedro Vieira

Nasceu em Boticas no dia 8 de Julho de 1924. Filho de Alfredo Lameiras e de Filomena de Jesus Vieira. Frequentou a escola primária em Boticas e aos 10 anos de idade, foi estudar para Vila Real onde, em regime de internamento, frequentou o colégio de Nossa Senhora de Boa Visita, concluindo aí o curso geral dos liceus (5.º ano). Seguidamente transferiu-se para Braga onde frequentou o colégio de S. Geraldo, também em regime de internamento, onde concluiu o curso complementar ( 7.º ano do liceu). Os seus estudos continuarem em Coimbra concluindo aí o curso de Medicina em 1952. Foi médico consultor do Hospital de S. Marcos em Braga até 1983. Chefiou a equipa dos serviços de urgência do Hospital de Braga no departamento de Medicina Interna, até ao ano de 1983. Foi professor na Escola de Enfermagem Caloust Gulbenkien e director do Serviço de Luta Anti-tuberculose (SLAT), hoje com a designação de Serviço de Tuberculose e doenças respiratórias (STDR). Foi perito Médico-Legal do tribunal da comarca de Braga. Foi médico assistente, a título gratuito, no Asilo Conde de Agrulongo em Braga desde 1965 até 1975. Trabalhou ainda, nos serviços Médico Sociais em Braga até 1992, ano em que se aposentou. Faleceu, no dia 14 de Maio de 1993.

Lameiras Macedo, António Joaquim

Mais conhecido por “Toninho Lameiras”, nasceu em Boticas no dia 13 de Novembro de 1929 de Leonel Macedo e Ana Fernandes Lameiras. Desempenhou, em Boticas, ao longo de quase 40 anos de actividade as funções de Tesoureiro da Fazenda Pública. Imbuído permanentemente por um sentimento de missão, foi com grande mérito, sabedoria, elevação e grande dignidade que ele exerceu a sua profissão. A sua maneira de ser simples, franco e honesto, associada à sua simpatia natural permitiram-lhe granjear junta da maioria dos cidadãos do conceho de Boticas, grande admiração e estima. O seu espírito altruísta e a suapermanente boa disposição, associada às invulgares qualidades, designadamente de organização e metodologia em todos os trabalhos, permitiram-lhe ser um verdadeiro polivalente. Sendo funcionário Público, era também, nas suas horas livres, agricultor, carpinteiro ou pedreiro. Quando o solicitavam, a uns aconselhava, a outros preenchia formulários, contratos, exposições ou petições, sempre a título gracioso. O Jornal Ecos de Boticas em 01.01.96 refere: “…Se o cidadão desconhecido, particularmente do concelho de Boticvas, a quem este homem serviu, enquanto viveu, con tanta dedicação tivesse voz, ele diria que este homem extraordinário, fica na história da sua terra, não por Ter feito coisas extraordinárias, mas antes por tê-las feito extraordinariamente bem feitas” . Faleceu no dia 15 de Dezembro de 1995, vítima de doença incurável.

Personagens Ilustres ligadas a Boticas

Lemos, Padre Candido de
Martins,Anselmo José

Guimarães, Monsenhor Silvério José Machado Ribeiro – Volume I, página 279.
Desde 1989, também é Pároco nas freguesias de Boticas, Granja, Sapiãos e Bobadela, todas do concelho de Boticas . Em 1999, com o título “ Opção de Amor Total – O Celibato na Igreja “, viu a sua tese sair a lume em Segunda edição, publicada por iniciativa da Comissão Episcopal do Clero, Seminários e Vocações, da Conferência Episcopal Portuguesa, por achar que vinte e cinco anos depois, a obra continuava de insistente procura e candente actualidade. Na sua actividade de pároco destaca-se:
1 – A sua vastíssima cultura teológica;
2 – A determinação e verticalidade do seu caracter;
3 – A dedicação na formação, acompanhamento e organização de Grupos de Jovens ;
4 – A criação do Agrupamento de Escuteiros de Boticas;
5 – O esforço contínuo pela obtenção de melhores instalações e equipamentos para o exercício da pastoral na freguesia e concelho de Boticas.

Lameiras Macedo, António Joaquim – Volume III
Lameiras Dr. José Pedro Vieira

Nasceu em Boticas no dia 8 de Julho de 1924. Filho de Alfredo Lameiras e de Filomena de Jesus Vieira. Frequentou a escola primária em Boticas e feitos 10 anos de idade, foi estudar para Vila Real onde frequentou o colégio de Nossa Senhora de Boa Visita, em regime de internamento, concluindo aí o antigo 5.º ano do liceu. Seguidamente transferiu-se para Braga onde frequentou o colégio de S. Geraldo, também em regime de internamento, onde concluiu o antigo 7.º ano do liceu. Os seus estudos continuarem em Coimbra onde concluiu o curso de Medicina em 1952. Foi médico consultor do Hospital de S. Marcos em Braga até 1983. Chefiou a equipa dos serviços de urgência do Hospital de Braga no departamento de Medicina Interna, até ao ano de 1983. Foi professor na Escola de Enfermagem Caloust Gulbenkien e director do Serviço de Luta Antituberculose (SLAT), hoje com a designação de Serviço de Tuberculose e doenças respiratórias (STDR). Foi perito Médico-Legal do tribunal da comarca de Braga. Foi médico assistente, a título gratuito, no Asilo Conde de Agrulongo em Braga desde 1965 até 1975. Trabalhou ainda, nos serviços Médico Sociais em Braga até 1992, ano em que se aposentou. Faleceu, no dia 14 de Maio de 1993.

Pinto, Artur Alves – Volume II, página 273

Ferreira, AntónioGonçalves – Volume II, página 136
Martins, Anselmo José – Volume I, página  343